ILC Livros Digitais

Materiais para a Salvação do Mundo 8

Pedro Eiras — Tue, 27 Feb 2024 00:00:00 +0000

Neste volume, Annita Costa Malufe pensa o que significa viver (e sobreviver a) uma pandemia como a de Covid-19, agravada pela resposta catastrófica (ou pela mera negação) do governo brasileiro: experiência de um fim de um mundo, que pode ser pensada por conceitos colhidos na literatura e na filosofia – a escrita do desastre em Blanchot, o esgotamento em Beckett / Deleuze; Burghard Baltrusch interroga os conceitos de salvação e de mundo(s), reflectindo sobre as acções de activistas climáticos, em particular do colectivo Climáximo (que em 2023 derramou tinta vermelha sobre um quadro de Picasso – na verdade, protegido por um vidro), e questionando valores como arte, intervenção, ética e política, resistência, essencialismo estratégico; e ?ukasz Kraj estuda as ideias de catástrofe e salvação na poesia polaca do século XX, lendo textos de Józef Czechowicz, Czes?aw Mi?osz e Rados?aw Jurczak, convocando o imaginário apocalíptico, a memória tenebrosa da II Guerra Mundial, mas também uma forma de resistência anti-capitalista, que permita, através do poema, «desvendar o obscuro, aproximar o inacessível».

Org.: Pedro Eiras

Índice:

7 | Nota de Abertura
Pedro Eiras

9 | O que vem depois do fim?
Annita Costa Malufe

17 | Salvação dos mundos?
Burghard Baltrusch

33| Laboratório da salvação. Catastrofismo(s) na poesia polaca
Lukasz Kraj

Performances Poéticas | Poéticas Performativas

Bruno Ministro, Inês Cardoso, Lúcia Evangelista — Wed, 21 Feb 2024 00:00:00 +0000

Como (se) vive a poesia? Como reverbera, como se dissipa, como ressoa? Trata-se de um ato linguístico ou é algo que suplanta a língua? Como pode a poesia atuar enquanto voz e corpo, enquanto som pendurado no tempo e desenho que ocupa o espaço? Todo o poema carrega em si um fulcro performativo? Podemos vislumbrar perguntas como estas nos entrecruzamentos entre poesia e performance ao longo das décadas, seja nas práticas dos artistas ou nos estudos que sobre eles se debruçam. O livro Performances Poéticas | Poéticas Performativas surge do interesse comum de vários membros do Grupo Intermedialidades do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa em fazer reverberar tais questões, em responder-lhes ou lançar novas perguntas a partir delas.

Materiais para a Salvação do Mundo 7

Pedro Eiras — Wed, 31 Jan 2024 00:00:00 +0000

Neste volume, Peter Haysom-Rodriguez lê Mundo, de Ana Luísa Amaral, a partir de uma perspectiva queer – ou melhor: queerente –, encontrando nesta poesia uma forma subtil de esperança e optimismo (mas salvaguardada por um trabalho da ironia e da incompletude), o projecto de reinvenção de um mundo justo, aberto a uma multiplicidade de formas, vivências, linguagens; Lúcia Evangelista parte de algumas perguntas radicais – vale a pena salvar o mundo? e qual mundo exactamente? – para mostrar como a literatura e a filosofia, de Alberto Pimenta a Ailton Krenak, questionam e denunciam a nossa civilização extrativista, consumista, reificadora, e propondo uma solução que alia uma política da resistência a uma arte da delicadeza; por fim, Fernando Velasco, em clave nietzschiana, desvenda sob o imaginário da salvação formas contemporâneas de niilismo e ressentimento, às quais se pode opor o modelo do eterno retorno, a exigente reinvenção de todos os valores, e – numa leitura de Herberto Helder – a experiência de procurar Singapura, ou seja, a experiência extrema da comoção e da esperança.

Org.: Pedro Eiras

Índice:

7 | Nota de Abertura
Pedro Eiras

9 | Esperança queer na última poesia de Ana Luísa Amaral
Peter Haysom-Rodriguez

19 | Sobre o que podemos não salvar
Lúcia Evangelista

31| O milagre do mundo a cada instante: Herberto Helder e a doutrina nietzschiana do eterno retorno do mesmo
Fernando Velasco

ISBN: 978-989-35462-3-9

Le droit à la ressemblance

Fátima Outeirinho, José Domingues de Almeida — Tue, 30 Jan 2024 00:00:00 +0000

La notion de « droit à la ressemblance » peut nous sembler provocatrice, tellement la doxa dominante a érigé en dogme et en expression unique autorisée « le droit à la différence ». Le fait est que, pour diverses raisons, le temps est désormais à la mise en exergue de la différence et de la diversité exacerbées, et que ce changement de logiciel ou de curseur idéologiques et sociopolitiques constitue même le projet stratégique de la nouvelle gauche, voire de l’Union européenne. Mais la différence est loin de faire l’unanimité sociologique et idéologique, notamment en France ou en Europe, où le débat sur l’immigration n’est plus tabou, et où les politiques restrictives et assimilatrices scandinaves sont vantées comme autant d’exemples à suivre, alors que les extrêmes identitaires (gauche et droite confondues) vident le centre politique à chaque acte électoral. C’est à ces enjeux que cette publication entend réfléchir librement, et à partir d’une pluralité de contextes et circonstances identitaires ou migrantes.

Table des matières:

7 | Introduction
Fátima Outeirinho et José Domingues de Almeida

11 |Reconstruction identitaire dans La carte postale d'Anne Berest
Beatriz Coca

27 | De Petit Polio, Persepolis et L’Arabe du futur à Portugal, récits (auto)biographiques et parcours identitaires dans quelques bandes dessinées au XXI^e siècle
Brigitte Natanson

43 | « Terre promise, pays perdu »? Approches de Désorientale de Négar Djavadi
Fátima Outeirinho

53 | Cinq échanges à la Une : Entretien avec Hédi Bouraoui sur le transculturalisme
Frédéric Gaël-Thériau

61 | Assimilation culturelle et empouvoirement dans les Écritures (post)migrantes mise en abyme littéraire
José Domingues de Almeida

73 | Désir de l’assimilation identitaire dans la littérature « beure »
Mokhtar Belarbi

83 | Du « trop-plein » identitaire au « pas assez » : analyse du Sang des bêtes (2022) de Th. Gunzig et du Corps tropical (2021) de Ph. Marczewski
Tina Mouneimné Van Roeyen

Témoignage

93 | Nuit d’encre pour Farah
Malika Madi

ISBN: 978-989-35462-2-2