Se o papel fosse maior: Escritoras dos séculos XVIII e XIX
Sinopse
“Se o papel fosse maior…” começou por ser uma homenagem a Ana Plácido (1831-1895). Invariavelmente citada nas Histórias da Literatura como a “amante de Camilo”, a “mulher fatal” de Camilo, a mulher com quem Camilo se envolveu num escandaloso caso de adultério, julgado no Porto burguesíssimo de 1860-1861, Ana Plácido só muito raramente vai sendo considerada e lida como poeta e romancista. Estranho paradoxo: ela que, na sua vida e obra, exprimiu o desejo de que fosse dada à mulher uma função que não a reduzisse a dona de casa ou a mãe de família, ficou reduzida a essas imagens distorcidas, de companheira pecaminosa ou de uma mãe de família abafada por um marido doente, e os filhos que dele teve, um louco, outro estouvado. E todavia, nem sempre encontra espaço para desabafar as mesmas mágoas. Escreve ela numa carta a Freitas Fortuna, pensando sobretudo nos últimos dois anos da vida com Camilo: “Se o papel fosse maior…”
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